Moradia
Conferência debate Movimento dos Sem Teto na Bahia
por Carlos Souza - Assessoria de Imprensa
Os problemas relacionados à falta de moradia nos centros urbanos são uma realidade que preocupa diversos setores da sociedade, como governantes, militantes sociais e a população em geral. Nesse sentido, o ciclo de conferências Memória dos Movimentos Sociais da Bahia eu no dia 31 de julho, às 17h, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris) um debate sobre o Movimento dos Sem Teto na Bahia.
Com o objetivo de resgatar a memória deste movimento, foram convidados para fazer parte da mesa, o coordenador estadual do Movimento dos Sem Teto na Bahia, Joquielson Batista, o mestre em análise regional e especialista em Movimento dos Sem Teto, Raphael Cloux, e o assessor da equipe urbana do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), Manoel Nascimento.
De acordo com o professor Raphael Cloux, os Sem Teto “são oriundos do processo histórico de exclusão de grande parte da população, como as comunidades indígenas, os caboclos do meio rural que foram expulsos juntos aos negros e negras, após o 13 de maio de 1888, sem qualquer direito sobre as terras em que cultivavam e criavam gado. Além disso, não tinham qualquer assistência social ou de previdência, nem acesso à alimentação adequada, trabalho e moradia”. Entretanto, atualmente, não há ainda exatidão do déficit de moradia em Salvador. Para Cloux, “o problema está justamente na definição da categoria ”‘sem-teto”.
“Sem Teto” – Fundado em agosto de 2003, após diversas ocupações de terrenos ocorridas no miolo da cidade (área compreendida entre a Avenida Paralela, a BR-324 e o bairro do Iguatemi), o Movimento dos Sem Teto de Salvador surgiu da necessidade de organizar a reforma urbana e assegurar moradia a todos os cidadãos. As ações de ocupação de prédios e terrenos públicos e privados, abandonados pelos seus proprietários, serviram para alertar a sociedade civil, órgãos estatais, mídia e o poder econômico, da existência daqueles imóveis e de um grande contingente de sem teto. Nos anos de 2005 e 2006, o movimento passou por um período de estruturação de sua organização interna, construindo e consolidando fóruns coletivos de decisão e participação, porém sem perder a capilaridade na mobilização e nas ocupações. Entre os espaços da cidade que já foram ocupados pelos sem teto estão o antigo Clube Português (Pituba), o Cine Pax (na Baixa dos Sapateiros), o Edifício Sampaio, na rua Barão de Cotegipe (Calçada), entre outros.
Ciclo - A palestra integra a programação do ciclo de conferência, organizado pela Diretoria de Arquivos da Fundação Pedro Calmon/Secult, que iniciou no mês de março, com o Movimento de Mulheres na Bahia, e se estende até o final do ano, realizado sempre na última quinta-feira de cada mês. O projeto tem como principal finalidade abordar os diferentes movimentos sociais e suas trajetórias, além das contribuições para a conquista de direitos civis e a formação da cidadania.
Mais informações:
ASCOM Fundação Pedro Calmon: (71) 3116-6918 / 6676
Biblioteca Pública: (71) 3116-6025
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